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Caminho do Violão Brasileiro

Posted on maio 10, 2025

O caminho do violão brasileiro atravessa séculos de história e ressoa como um reflexo sonoro da própria identidade nacional. Este instrumento versátil e profundamente simbólico acompanhou modinhas coloniais, embalou sambas e bossa novas, e se reinventou ao longo das décadas com a contribuição de grandes mestres. Estudá-lo é entender como técnica, emoção e tradição se fundem no som singular do Brasil.

O Surgimento do Violão nas Tradições Coloniais

O início do caminho do violão brasileiro remonta ao século XVI, com a chegada das violas portuguesas ao território colonial. Ainda sem a forma moderna que conhecemos, esses instrumentos de cordas eram usados em cerimônias religiosas e práticas populares, como o lundu — dança de origem africana. Ao longo dos séculos, o violão de seis cordas se consolidou e passou a ocupar lugar de destaque na música doméstica e urbana.

Por volta do século XIX, estilos como as modinhas e as serestas introduziram um uso mais elaborado do violão, onde a harmonia e o acompanhamento ganhavam nuances. A oralidade era dominante nesse período, e o aprendizado acontecia em rodas, saraus e espaços informais — o que explica a forte identidade regional do violão nesse período.

A Consolidação com o Choro e o Samba

No Rio de Janeiro imperial, o choro marcou um avanço técnico no caminho do violão brasileiro. Surgido entre músicos populares e eruditos, o choro exigia domínio de arpejos, baixos caminhantes e contrapontos. O violão de sete cordas, introduzido por músicos como Tute e Dino 7 Cordas, nasceu dessa necessidade técnica. Ele se tornou essencial na sustentação harmônica das rodas de choro, influenciando diretamente o samba nas décadas seguintes.

O samba urbano, já no século XX, incorporou essa herança e estabeleceu o violão como base rítmica. Conforme destaca o pesquisador Henrique Cazes, em O Violão no Samba (2000), ‘o violão é ao mesmo tempo percussão, harmonia e melodia’. Pois existem aspectos que tornam esse instrumento tão versátil, por causa de sua capacidade de preencher diferentes funções na estrutura musical. Em suma, essa característica explica por que, ao longo do tempo, o samba passou a utilizá-lo de maneira tão integrada e expressiva. Não por acaso, o samba o incorporou de forma plena, explorando ao máximo sua versatilidade e transformando-o em peça-chave na construção rítmica e harmônica do gênero.

A Revolução da Bossa Nova

O caminho do violão brasileiro deu um salto estilístico com João Gilberto e a bossa nova nos anos 1950. Sua batida inovadora, baseada na subdivisão rítmica do samba e em acordes dissonantes, transformou a abordagem do violão no Brasil e no mundo. Sua técnica exigia extrema precisão no toque com os dedos, uso de abafamentos (muting) e articulações refinadas.

A estética minimalista da bossa nova consolidou a imagem do violão como instrumento solista e acompanhante de altíssimo nível. Segundo o músico e educador Nelson Faria, “João Gilberto é a síntese da sofisticação harmônica e do balanço rítmico no violão.”

MPB: Mistura de Gêneros e Expansão Criativa

Durante as décadas de 1960 e 1970, a MPB (Música Popular Brasileira) consolidou um dos períodos mais férteis no caminho do violão brasileiro. Artistas como Baden Powell, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Toquinho aliaram técnica, criatividade e inovação estilística.

Baden Powell, por exemplo, integrou com excelência o samba, a música erudita e as tradições afro-brasileiras. Afinal, esses elementos possuem conexões profundas, o que possibilitou a criação de uma linguagem única no violão brasileiro. Similarmente, sua obra reflete essa fusão de estilos, consolidando seu legado na música nacional. Por causa dessa fusão, ele desenvolveu uma linguagem única no violão brasileiro. Em suma, sua obra representa um marco na música nacional, pois detém características únicas. Analogamente, sua influência foi determinante para a evolução do violão brasileiro, consolidando-o como um dos pilares da música popular. Para isso, recorria a recursos avançados como acordes aumentados, escalas modais e dedilhados complexos, o que conferia às suas composições uma sonoridade singular e profundamente brasileira. Suas obras como Canto de Ossanha e Berimbau são referências obrigatórias em qualquer estudo técnico do violão brasileiro.

Biografias dos Mestres do Violão

João Pernambuco (1883–1947)
Autodidata e de origem popular, João Pernambuco foi responsável por criar um estilo próprio no violão, profundamente ligado ao choro e à música regional nordestina. Sua peça Sons de Carrilhões é até hoje uma das mais executadas no repertório clássico brasileiro.

Garoto (1915–1955)
Aníbal Augusto Sardinha revolucionou a harmonia no caminho do violão brasileiro, sendo precursor de muitas das ideias que mais tarde a bossa nova utilizaria. Misturava elementos de jazz e música popular em composições como Lamentos do Morro, e sua obra é estudada em conservatórios de todo o mundo.

Dilermando Reis (1916–1977)
Referência no violão solo, Dilermando levou o instrumento ao público de concerto. Sua técnica límpida e expressiva destaca-se em obras como Abismo de Rosas e Se Ela Perguntar. Foi professor do violonista Turíbio Santos, que seguiu seu legado no repertório clássico nacional.

Baden Powell (1937–2000)
Dotado de técnica incomum, Baden dominava escalas diatônicas e harmônicos naturais com fluidez, aplicando-os à tradição afro-brasileira. Sua parceria com Vinícius de Moraes nos Afro-Sambas introduziu novas texturas sonoras ao violão nacional.

O Violão Brasileiro na Cena Contemporânea

Nos dias atuais, o caminho do violão brasileiro continua a se expandir. Nomes como Yamandu Costa, João Bosco, Marco Pereira e Lula Galvão representam uma geração que alia tradição e modernidade. A técnica do rasgueado, o uso de afinações alternativas (scordatura), e a influência do jazz ampliam os horizontes do instrumento no cenário internacional.

Atualmente, o violão brasileiro tem sido cada vez mais incluído nos currículos formais de universidades e conservatórios — dentro e fora do país — como objeto de estudo técnico, histórico e estilístico. Afinal, sua relevância cultural e musical é inegavelmente reconhecida, pois diversos fatores impulsionam essa valorização. Enfim, essa expansão reforça a importância do instrumento na construção da identidade sonora do Brasil.

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